Incluído no 22º Festival de cinema francês, "Adeus, idiotas" é um filme que aparenta ser uma comédia leve mas não é. A sinopse é fácil de reproduzir:
"A cabeleireira Suze Trappet descobre estar gravemente doente e decide procurar o filho que foi forçada a abandonar quando tinha 15 anos. No insano labirinto burocrático em que se transforma a busca, cruza-se com JB, de 50 anos, vítima de um esgotamento, e com o Sr. Blin, um arquivista cego dado a excessos de entusiasmo. O improvável trio parte então numa viagem hilariante e comovente pela cidade em busca do filho de Suze há muito perdido.".
No entanto, o filme já é bem mais profundo do que os 87 minutos que dura. Se o tema da morte está, desde o inicio, retratado - a doença grave de Suze Trappet - também a depressão e o suicídio surgem neste drama mascarado de comédia. A partir de um guião com uma série de peripécias quase "non-sense", o realizador e guionista, bem como actor principal - Albert Dupontel - esconde a verdadeira essência do filme: um drama de duas pessoas desconhecidas que se juntam para "salvar" o filho de Suzet de um futuro negro. Mal comparado, e porque foi um enorme choque para mim na altura, este filme recorda-me a quarta temporada de "Black Adder" onde depois de imensas peripécias, piadas, "non sense" nas trincheiras da I Guerra Mundial, a última investida dos protagonistas para fora da trincheira suga o riso de toda a série.
É também isso que acontece neste filme, com Dupontel a tirar-nos o chão, num repente. Desejamos que seja outra a escolha feita pelos protagonistas mas compreendemos que a sua opção é a mais coerente com tudo o que no filme nos apresentou. Por isso, fica o travo de drama escondido em roupagens de comédia.
Claramente um 4 polegares para cima, com boas interpretações - Albert Dupontel (Jean Baptiste Cuchas) e Virgine Efira (Suze Trappet) - que se mostram capazes de fazer rir e de emocionar os espectadores em vários momentos do filme.
👍👍👍👍
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